A POLÊMICA DO 24: SOMOS CONTRA O PRECONCEITO
O futebol ainda é um reduto que permite preconceito e discriminação e isso reflete numa realidade onde, talvez seja um dos únicos meios que ainda não teve um profissional assumindo, publicamente, a sua homossexualidade.
E com certeza não é porque não há casos de atletas com essa orientação sexual. É o medo da retaliação e do preconceito.
O São Paulo, por muitos anos, omitiu das celebrações, a figura do jogador Richarlyson, por, supostamente, ser homossexual (o jogador nunca admitiu publicamente). Só agora, aos poucos, o clube começa a se reaproximar deste que foi um dos atletas mais vencedores da sua história. Este comportamento retrai jogadores a conduzirem a sua vida naturalmente relacionando-se com quem bem entender.
A discussão do momento é que alguém notou que os clubes evitam usar o número 24.
Na Copa América a Seleção evitou o uso do 24. Este número, no jogo do bicho, é atribuído ao veado. E essa associação metafórica passou a permear a sociedade desde então: usou o 24, está usando o número do veado, ora, é homossexual.
Tem clubes que evitam lançar artigos em alusão ao outubro rosa, pois o rosa é associado à figura feminina. Parece uma discussão de recreio de quinta série, mas é muito mais do que isso.
Um jogador que assume a camisa 24, que veste rosa, pode ter que lutar contra a discriminação, o haterismo nas redes sociais e a perseguição ideológica, independente do que produz em campo. Então eles preferem não arriscar. Enquanto isso, muitos clubes aceitam passivamente e, mais do que isso, incentivam o não uso deste número na camisa.
A discussão que propomos aqui no Bola em Jogo, um veículo de comunicação que, há quase duas décadas assume-se como um vetor de transformação social, ao dar espaço para atletas amadores, clubes de comunidade, modalidades esquecidas pela grande mídia, é, até quando vamos tolerar o preconceito ainda que velado?
Quando vamos aceitar que há pessoas que, simplesmente, têm uma orientação sexual diferente da nossa?
O esporte precisa ser acolhedor e, por ser um indutor de mensagens a grandes massas é que, nesta luta, nós assumimos um lado:
“O DE LUTAR CONTRA QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO”.