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EC CRUZEIRO PRECISA DO APOIO DE TODOS

O Esporte Clube Cruzeiro, tradicional clube de Cachoeirinha, vive um dos momentos mais delicados de sua história. Seu estádio, a Arena Cruzeiro – oficialmente Estádio Dirceu de Castro – esteve prestes a ser leiloado nesta terça-feira, 25 de junho, por um valor muito abaixo do mercado: apenas R$ 15,8 milhões. Felizmente, graças à grande mobilização da comunidade e à repercussão do caso, o leilão foi suspenso temporariamente.

Agora, mais do que nunca, o Cruzeiro precisa da união de todos: comunidade, torcedores, empresários, Câmara de Vereadores e Prefeitura. A diretoria do clube, junto de simpatizantes, torcedores e, em especial, da torcida organizada Império Azul, liderada por Terry Lacerda, tem se empenhado ao máximo para evitar que o clube perca sua casa.

Mobilização na Câmara de Vereadores

Uma manifestação está marcada para esta quinta-feira, 26 de junho, às 18h30, na Câmara de Vereadores de Cachoeirinha. O objetivo é sensibilizar os parlamentares e buscar apoio institucional para impedir o leilão e garantir a permanência do estádio com o clube.

Um clube com história centenária

Fundado em 1913, o Cruzeiro é um dos clubes mais antigos do estado e carrega com orgulho o título de “Pioneiro na Europa”. Foi o primeiro time gaúcho a excursionar pelo Velho Continente, na década de 1950, enfrentando potências como Real Madrid, Lazio e os três gigantes da Turquia: Besiktas, Fenerbahçe e Galatasaray.

Outro fato curioso da história cruzeirista é a breve passagem do cantor Diogo Nogueira, que atuou como atacante no clube em 2005, antes de uma grave lesão no joelho abreviar sua carreira nos gramados.

Hoje, o cenário é bem menos glamoroso: o clube disputa a terceira divisão do futebol gaúcho e tenta na Justiça manter o direito sobre a Arena Cruzeiro, que tem capacidade para 16 mil torcedores.

Entenda o caso do leilão

O estádio está envolvido em um complexo processo judicial. Segundo a leiloeira responsável, o Estádio Dirceu de Castro possui 11 penhoras e 15 indisponibilidades de bens, decorrentes de ações movidas por ex-jogadores e pela Fazenda Nacional.

Contudo, o clube contesta, afirmando que a maioria dessas pendências está relacionada a outros terrenos que não fazem parte da arena. A penhora do estádio se baseia em uma ação de 2013, movida por um corretor de imóveis que alegava ter valores a receber pela exclusividade na venda do antigo Estádio Estrelão.

Os advogados do clube sempre negaram a dívida, apontando erros judiciais no processo, como a desconsideração de pagamentos realizados e a intimação feita com CNPJ de outro clube Cruzeiro, da cidade de Dom Pedrito. Além disso, a perícia teria subavaliado o estádio, cujo valor real superaria os R$ 30 milhões – mais que o dobro do que foi estipulado para o leilão.

O presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Doering, destaca que as inconsistências apresentadas pela defesa ainda não foram devidamente analisadas pela Justiça. Caso o processo siga adiante sem correções, o risco de prejuízo para todas as partes envolvidas é alto.

Mesmo que o estádio seja arrematado, o negócio poderá ser contestado por inúmeros recursos e o imóvel pode permanecer intocável por anos.

O futuro do Cruzeiro está em jogo

A torcida é unânime: se o Cruzeiro perder o estádio, o clube pode ser extinto. A situação é crítica, mas ainda há tempo para reverter o cenário. A união da comunidade e o apoio do poder público serão fundamentais para garantir que este símbolo do futebol gaúcho continue vivo.

Mais informações no  http://www.esportecachoeirinha.blogspot.com.br/

http://arenadocruzeiro.blogspot.com/